O SILÊNCIO DO VAZIO
Dariely de Barros Gonçalves
Tu já escutaste o
silencio do teu vazio? Tu já te
sentiste, esquisito, deslocado, solitário? Eu, muitas vezes.
Sim, essa sensação, pelos menos, em algum momento de nossas vidas,
atinge a todos nós. Já que a nossa existência é por definição solitária e traz
o peso da nossa própria responsabilidade. Ela é nossa, exclusivamente nossa e
ninguém poderá vivê-la, senti-la ou experienciá-la por nós.
É somente quando
encaramos o silencio do nosso vazio, quando reconhecemos e aceitamos que somos
imperfeitos. É somente quando encaramos as questões que ela nos propõe, ou
seja, as nossas inquietações, espantos, dilemas, fracassos. Quando não fugimos do
nosso mais profundo eu. Aquele que não queremos e tememos conhecer que, então, transformamos
solidão em solitude. O convívio pacífico com nós mesmos e o amor pela nossa própria
companhia, existência, apesar de falha e incompleta.
Atrevo-me a parafrasear,
Sócrates, e dizer que é somente quando “nos conhecemos a nós mesmos”, que
conseguimos sentir compaixão, empatia, respeitar, perdoar e amar
verdadeiramente ao outro.
Sim, amar no sentido
contido no pensamento de Aristóteles e Spinoza. Aquele amor em que sentimos
alegria pela simples presença e existência de algo ou de alguém em nossa vida. Não
um alguém idealizado, inventado ou um suposto reflexo e extensão de nós. Mas um
alguém humanizado, com todas as suas dores, cicatrizes, fragilidades,
dificuldades, imperfeições, igualmente a nós.
Isso significa que, enquanto
não atravessarmos a nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras
metades, em outras partes. Para viver a dois, para viver em sociedade, para
viver as amizades antes é necessário ser um.
Nos dizeres do poeta e
escritor Rainer Maria Rilke “O Amor, são duas solidões protegendo-se uma à
outra”.
3 Comentários
Muito bem-vinda querida Dariely! Lindo texto, sucesso!
ResponderExcluirGostaria de editar o texto. Foi sem revisão. Mas não estou conseguindo. Obrigada.
ResponderExcluirEncontrei-me em teu texto, Dariely! Parabéns!
ResponderExcluirQuantas vezes me vejo assim, perdida em meu silêncio.
Sensacional!
Sejas bem-vinda! Sucesso sempre!
POEMEM-SE SEMPRE!
SEJAM BEM-VINDOS!