Capítulo 1 - A ambulância
Uma ambulância sai do Hospital psiquiátrico St. Jones na
sexta-feira à noite, levando um paciente muito perigoso conhecido como Mandíbula,
famoso por morder suas vítima e comer sua carne, já havia matado mais de dez
pessoas e hoje seria transferido para um presídio de segurança máxima.
Estava com uma proteção em sua boca e tinha correntes nas mãos e
pés. Um segurança e condutor da ambulância junto de um enfermeiro fariam o
transporte do prisioneiro. A noite estava fria e uma tempestade se aproximava.
- Vamos embora Billy, vem chuva por aí e vai ser daquelas...
- Eu acho que vai vir uma tempestade de cair o mundo, falando
nisso você viu aquela enfermeira ruiva?
- Não prestei atenção Billy, estou a trabalho e você sabe que
sou casado.
- Eu sei, mas você não é cego e olhar não quer dizer que está
traindo.
- Eu sei aonde quer chegar, mas não vou entrar no seu jogo.
- Que jogo? Eu só comentei sobre algo que é verdade.
- Tudo bem, veja se nosso paciente está bem ai atrás, não
quero nenhum tipo de surpresa até chegarmos lá.
- Ei seu idiota, está tudo bem por ai? Quer uma cerveja ou um
cigarro? Diga algo amigo, não seja tímido.
- O que disse? Ah, esqueci, você não pode falar.
- Pare com isso Billy, não o deixe nervoso. Lembra da última vez
o que aconteceu, tivemos três dos nossos em um hospital.
- Sim, eu lembro muito bem, isso me custou uma costela quebrada
e muita dor de cabeça, mas não se preocupe ele não vai a lugar algum, dessa vez
te prometo se fizer qualquer tipo de ameaça eu boto uma bala em sua cabeça.
- Eu espero que não chegue nesse ponto, olhe Billy acabou de
cair um raio daqueles, é sinal de que vai vir uma tempestade, não quero pegar
estrada com chuva.
- Está com medo de uma chuvinha John?
- Não é a chuva Billy e sim o que pode acontecer em uma estrada
molhada e escura à noite.
- Vamos parar em algum lugar até a tempestade parar, depois
seguimos.
Nesse momento começa a chover com muita intensidade, com ventos
que pareciam derrubar a ambulância.
- Precisamos parar o quanto antes, não estou vendo quase nada a
minha frente.
- Lembrei de um lugar que podemos ficar John, siga em frente e
quando chegar a um cruzamento vire à direita e pegue a rota 356, vamos sair um
pouco do nosso trajeto, mais ou menos em 200 metros têm um motel onde podemos
ficar até essa chuva passar.
- Não sei se é uma boa idéia, fico preocupado com nosso
prisioneiro.
- Não se preocupe ele está muito bem preso e lembre que tenho
uma arma, se precisar usar, eu farei sem hesitar.
- Estou vendo uma placa logo à frente, diz rota 356.
- Vire e siga em frente não tem como errar, você vai ver uma
placa em neon dizendo Motel.
- Billy você não reparou que desde que saímos do hospital tem um
carro nos seguindo, e ele entrou na 356.
- Olhe discretamente, parece algum tipo de furgão.
- Talvez seja coincidência ou ele está procurando um local para
ficar também, veja John é ali, Motel, chegamos.
- Você tem razão Billy o furgão seguiu em frente, acho que essa
tempestade está me deixando paranoico. Fique de olho nele que vou arrumar
um quarto para nós.
John entrou na recepção do motel e foi recebido por uma senhora
com óculos fundo de garrafa, era sorridente e simpática.
- Boa noite senhora, gostaria de um quarto com duas camas por
algumas horas, só até a tempestade passar.
- Você está com a esposa, não prefere uma cama de casal? Disse
ela.
- Não senhora, estou com um paciente na ambulância e um oficial
da ala psiquiátrica.
- Devo me preocupar senhor, como é seu nome por gentileza?
- John senhora e não se preocupe, ele está algemado e não tem
como escapar, será apenas por algumas horas.
- Sendo assim fico mais tranquila, apenas os quartos de 1 a 5
estão disponíveis, do 6 ao 10 estão em reforma, deixe me ver, o 1 está ocupado
por um policial aposentado, o 3 tem uma jovem e o 4 um casal, então temos o 2 e
o 5, qual o senhor prefere?
- Pode ser o 5 senhora, desde que tenha duas camas está bom.
- Sim, ele tem duas camas e um sofá, TV a cabo e chuveiro
com água quente, o senhor vai notar que entre o quarto 5 e o 6 tem um espaço
que leva aos fundos, onde temos um quiosque e uma praça com brinquedos para
crianças, mas é claro com essa chuva o senhor não vai querer sair andando por aí.
- Com certeza não, mas obrigado pela informação, quanto custa o
quarto?
- Como o senhor vai ficar algumas horas vou cobrar metade do
preço, apenas 40 dólares.
- Sem problema é mais que justo, tenha uma boa noite.
- Eu já estava me esquecendo, tem uma máquina de gelo perto do
quarto 3 e temos uma sala ao lado da recepção com café e uma máquina com alguns
salgados e doces, caso tenha fome.
- Obrigado senhora, mas me diga qual o seu nome?
- Meu nome é Rose, se precisar de algo é só me chamar, para qualquer
coisa.
Rose sorriu quando se dirigiu a John, como se estivesse
flertando com ele.
- Obrigado Rose, com certeza, se precisar eu falo com você, boa
noite.
- Vamos Billy tire ele de lá, vamos ficar no quarto 5.
- Essa chuva não para parece o fim dos tempos, vamos amigo, saia
antes que eu pegue um resfriado.
- Certo Billy o coloque no sofá que vou pegar toalhas para nos
secarmos, não tire o olho dele.
- Fique calmo eu estou de olho, ele não vai a lugar algum e se
tentar vai sair daqui em um carro funerário, certo amigo?
O homem olhava Billy com raiva, mas não podia dizer nada, apenas
fazia alguns gemidos com a boca, sua aparência dava medo até no mais valente
dos homens.
- Pegue uma toalha Billy e dê uma para ele, depois vamos
descansar um pouco, podemos fazer turno de 2 horas até a chuva passar.
- Sem problemas, pode dormir um pouco, eu cuido dele.
- Se tiver algum problema. me acorde.
- Não se preocupe comigo, fique tranquilo estou alerta.
Capitulo 2 - O policial Frank
Frank saiu do quarto de roupão e foi em direção a recepção do
motel, estava com uma aparência preocupada, já tinha mais de 60 anos e estava
acima do peso, ostentava um bigode e adorava fumar um cigarro.
Rose não estava lá como de costume então ele começou a tocar a
pequena campainha em cima da mesa inúmeras vezes, até que Rose apareceu
depressa e com ar de assustada.
- O que foi senhor Frank? Eu estava no banheiro, me desculpe.
- Senhora Rose o chuveiro do meu quarto está frio e preciso de
um banho quente antes de dormir.
- Me perdoe senhor deve ser a caldeira que está com fogo baixo,
me dê uns minutos que eu já resolvo, a caldeira fica atrás do motel, só uns
minutinhos e volto me perdoe.
Rose pegou uma capa de chuva e saiu apressada.
- Obrigado Rose, vou fumar um cigarro até você voltar, eu cuido da
recepção e se chegar alguém peço para esperar.
- Obrigada, disse Rose enquanto andava na chuva.
Frank acendeu um cigarro e notou alguém parado perto do quarto
número 6, era um homem alto com uma capa de chuva preta e capuz, estava olhando
direto para ele.
- Ei você, saia da chuva vai pegar um resfriado, esqueceu a
chave do seu quarto? Rose já vai voltar
em alguns minutos.
O homem continuou olhando para ele sem dizer nada e rapidamente
sumiu no corredor de acesso aos fundos do motel.
Frank já estava preocupado com a demora de Rose, então decidiu
sair na chuva atrás dela, já se passaram 20 minutos e ela não tinha retornado.
- Rose onde você está, preciso de um banho urgente, onde se
meteu essa mulher? Que diabos!
Frank encontrou a caldeira e estava tudo ok, o fogo estava forte
e parecia que alguém esteve ali a pouco pelas pegadas no chão.
- Rose apareça mulher, vou voltar a meu quarto e espero que a
água esteja quente se não teremos problemas.
Quando Frank retornou encontrou a hóspede do quarto 3, ela
estava parada olhando para os carros como se visse algo se escondendo.
- Boa noite moça, disse Frank.
- Olá senhor, o que aconteceu com você, está de roupão na rua?
- Tive um problema no chuveiro, pedi a Rose que desse uma olhada,
mas ela sumiu.
- Sumiu? Que estranho! O
senhor tem fogo estou louca para fumar, desculpe sou Alice e o seu nome é?
- Sim eu tenho, me chamo Frank vou aproveitar e fumar um cigarro
também.
- Deus que alívio, como é bom um cigarro! Eu estava aqui parada
e acho que vi um homem se escondendo entre os carros, posso ter imaginado, por
causa da chuva não consegui ver direito.
- Eu também vi um homem uns 20 minutos atrás perto do quarto 6,
ele estava parado me encarando e depois sumiu sem dizer nada.
- Pode ser o mesmo homem, mas o que ele quer afinal se
escondendo nessa chuva?
- Não sei, mas se ele for algum tipo de bandido, vai se dar mal,
estou armado.
- Você é policial?
-Sim, sou aposentado, mas sempre ando armado.
- Hum, já me sinto mais segura e que tipo de policial você foi?
- Detetive de homicídios por 30 anos.
- Imagino que você foi um dos bons, que ganhou medalhas pelos
seus serviços, estou certa?
- Posso dizer que fiz bem meu trabalho e você o que faz da vida?
- Sou atriz, na verdade quase uma atriz. Estou indo fazer um
teste para um filme, mas tive que parar aqui por causa da tempestade.
- Todos estamos presos aqui por causa dessa chuva, mas vai
passar e espero que você consiga o papel no filme.
- Muito obrigado, farei o melhor para conseguir, pois é muito
importante para minha carreira.
- Você vai conseguir, tenho certeza, mas agora preciso entrar
para tomar um banho e relaxar um pouco, tenha uma boa noite.
- Você também, obrigada.
Frank ligou o chuveiro e para sua alegria a água estava quente,
Rose fez seu trabalho direito, mas onde ela foi, por que sumiu de repente?
Essa pergunta estava na cabeça de Frank enquanto ele tomava seu
banho.
Frank colocou uma roupa e saiu em direção a recepção do motel,
Rose não estava ali e em vez de tocar a campainha ele entrou até a sala de
descanso, mas Rose também não estava lá, procurou na pequena cozinha e no
banheiro, mas nada, ela havia sumido sem deixar pistas.
Frank saiu com pressa, estava armado e queria descobrir o
paradeiro de Rose, ficava pensando no homem parado na chuva, seria ele um
assassino ou algum tipo de louco que escapou de uma instituição psiquiátrica,
perguntas que não saiam de sua mente. Ele foi até o quarto da jovem e bateu com
força na porta:
- Alice você está ai? Ela
abriu a porta assustada.
- O que aconteceu Frank, por que está agitado?
- Você viu se Rose voltou? Algo não está certo sinto que
aconteceu algo a ela.
- Você já olhou na recepção?
- Sim, mas vou olhar de novo, quer ir comigo?
- Claro, por que não.
-Veja Alice está exatamente como antes, as luzes acesas o lugar
vazio e nada de Rose, vamos chamar os outros hóspedes e fazer uma busca pelo
local. Vamos até o quarto 4 parece que tem um casal hospedado, quanto mais
gente melhor.
Frank bateu na porta e um homem na casa dos 40 anos abriu a
porta, parecia muito simpático.
- Boa noite senhor, meu nome é Frank sou policial aposentado e
estou no quarto 1, gostaria de uma ajuda para localizar nossa recepcionista
Rose que sumiu já faz algum tempo.
- O que aconteceu afinal?
- Ela foi até a caldeira nos fundos do motel, mas não retornou,
estou preocupado, gostaria de uma ajuda para vasculhar o local.
- Claro, com certeza, vou falar com minha esposa e encontro o
senhor em 10 minutos, a propósito meu nome é Paul e minha esposa se chama
Annie.
- Certo Paul, me encontre aqui em 10 minutos, vou até o quarto 5
ver se tem alguém. Frank bateu na porta e Billy atendeu.
- Pois não senhor, em que posso ajudá-lo?
- Sou o policial Frank e essa é Alice do quarto 3, precisamos de
ajuda para localizar Rose, ela sumiu faz algum tempo. estamos preocupados, você
podia ajudar a fazer uma busca no pátio do motel?
- Claro, mas não posso me ausentar muito, temos um prisioneiro
que tem que ser vigiado o tempo todo, mas meu colega pode ficar com ele alguns minutos.
Vou avisar ele e encontro vocês em 2 minutos.
Todos estavam reunidos em frente a recepção, a chuva continuava
a cair com força e Frank tomou a frente da busca por Rose.
- Obrigado por ajudar pessoal, vamos fazer o seguinte, eu vou
com Alice até a caldeira, Paul e Annie vão pelo corredor no final do quarto 5,
Billy vai até o outro lado do motel, até o quarto 10 e nos encontramos no
quiosque nos fundos, se alguém ver algo avise.
- Veja Alice alguém abasteceu a caldeira e quando eu vim aqui
antes vi pegadas indo em direção ao quiosque, quem sabe ela passou mal e está
por ai sem consciência.
- Pode ser que sim Frank, vamos até o quiosque dar uma
olhada.
- Mais pegadas aqui Alice e terminam... meu Deus não pode ser!...
Frank ficou chocado e Alice sem saber o que dizer começou a
vomitar.
Rose estava em um banco com o pescoço cortado e olhos abertos.
- Pobre mulher, você está bem Alice?
- Sim estou, nunca vi uma pessoa morta na vida e esse sangue me
deixou enjoada.
-Tudo bem, respire fundo e sente um pouco. O casal chegou ao
quiosque e ficaram apavorados ao ver Rose morta.
- Meu Deus, quem fez isso com a pobre mulher? disse Paul.
- Não sei amigo, mas eu desconfio de alguém.
- Como desconfia, quem poderia fazer uma coisa dessas?
- Mais cedo eu vi um homem parado perto do quarto 5, com capa de
chuva e capuz e ele simplesmente me encarou e sumiu.
- Então temos um assassino à solta, meu Deus o que vamos fazer?
Billy viu o movimento e correu em direção a eles.
- Nossa senhora, o que aconteceu?
- Não sabemos Billy, mas algo está errado e se eu estiver certo
temos um maníaco à solta no motel.
- Não pode ser o meu prisioneiro, ele está o tempo todo algemado
e sendo vigiado.
- Não com certeza, mas alguém que vi mais cedo nas sombras, você
tem um prisioneiro no motel?
- Sim, é um paciente da ala psiquiátrica, estamos levando ele
para uma prisão de segurança máxima, mas não se preocupe ele está bem preso e
não vai a lugar algum por enquanto.
- O que faremos com Rose? Não podemos deixá-la aqui na rua, disse
Alice.
- Vamos levá-la para o escritório, tem uma sala nos fundos que é
um depósito depois ligamos para a polícia.
Ao chegar ao escritório e deixar o corpo de Rose no depósito
Paul tentou ligar para a polícia, mas o telefone estava mudo.
- O telefone está mudo, vai ver a tempestade fez cair algum
poste e cortou a linha, vou tentar meu celular.
- Sem sinal também, alguém pode ver se tem sinal? Todos os
celulares estavam sem sinal.
- Maldita tempestade e agora o que faremos? Disse Frank.
- Bom, posso tentar o radio da ambulância.
- Boa idéia Billy.
- Será que tem uma capa de chuva por aqui?
- Tem sim no depósito, eu vi quando colocamos a Rose. Falou Paul
com convicção.
- Certo estou indo, qualquer coisa, toco a buzina da ambulância.
Ao chegar à ambulância Billy notou que o radio havia sido
arrancado, voltou depressa ao escritório.
- Más notícias pessoal, alguém arrancou o radio da ambulância,
acho que temos uma situação complicada no momento, alguém não quer que a gente
contate a polícia.
- Deixa comigo, sou da polícia e estou armado, me chamo Frank e
vou pegar esse desgraçado.
Capítulo 3 - A morte a caminho
- O que faremos agora Frank? Não temos comunicação com ninguém
de fora, faz mais de uma hora que não passa um carro nessa estrada. Falou Alice com ar de preocupação.
- Boa idéia Alice, eu posso pegar meu carro e dirigir até a
delegacia mais próxima.
- Mas você vai nos deixar aqui com um assassino Frank? Indagou Alice.
- Não se preocupe o oficial Billy tem uma arma, você vai ficar bem.
- Sim Alice, eu estou armado, se ele aparecer estarei pronto.
- Silêncio, escutem, tem alguém no telhado, disse Paul
sussurrando.
Todos ficaram em silêncio, barulhos vinham do telhado como se
alguém estivesse caminhando sobre ele, Frank pediu para todos ficarem na sala e
sai até o pátio.
- Não consigo ver nada com essa chuva, mas tem algo se mexendo
no telhado.
Frank tentou dar a volta onde tinha um pouco mais de luz, mas
quando teve uma boa visão não encontrou ninguém.
- Acho que era algum animal, talvez um gambá eles gostam de se
esconder em telhados e fazer ninhos.
- Não me parecia um animal, os passos eram muito pesados, disse
Billy.
- Talvez você tenha razão, mas agora preciso ir até meu carro e
procurar uma delegacia.
- Tenha cuidado Frank, disse Alice.
- Não se preocupe comigo.
Ao chegar a seu carro Frank não conseguiu dar a partida, então
resolver olhar o motor, para sua surpresa os cabos de ignição estavam cortados.
- Mas que diabos, seu desgraçado esperto! Ao verificar os outros
carros notou que todos foram danificados.
-Más notícias pessoal, esse desgraçado danificou todos os carros,
estamos presos aqui, e a única opção é ficarmos juntos e esperar até amanhecer,
quem sabe alguém apareça.
Annie começou a chorar e Paul a abraçou tentando acalmá-la.
- Fique calma querida, vai ficar tudo bem.
- Nós vamos morrer Paul, eu sinto.
- Não se preocupe senhora nada vai acontecer com você, disse
Frank olhando para Billy com ar de preocupação.
- Eu preciso ir até meu quarto falar com John, devemos ficar
todos aqui.
- Você vai trazer um maníaco para ficar com a gente Billy? Perguntou
Frank.
- Não se preocupe ele está bem preso, como disse a você antes.
- Espero que sim, se ele tentar algo eu estouro seus miolos.
Frank sorriu ao olhar para Billy.
- Você não vai precisar fazer isso, volto em 10 minutos. Ao
chegar ao quarto Billy explicou a situação para John.
Ao chegarem ao escritório todos ficaram assustados com a figura
estranha, era um homem grande e a proteção bucal mostrava que se tratava de
alguém muito perigoso, as correntes faziam barulho ao andar fazendo parecer
mais assustador.
- Não se preocupem com ele, está bem preso e vai ficar o tempo
todo aos meus cuidados, o perigo está lá fora e não aqui dentro.
- Eu o conheço, é o famoso Mandíbula, eu o vi no noticiário das
6, ele matou muitas pessoas e é canibal, demais isso, ele é uma celebridade!
Disse Alice sorrindo.
- Ele não é uma celebridade Alice, celebridades não matam
pessoas, Billy falou em tom de reprovação.
- E agora o que vamos fazer, montar uma barricada ou ficar de
vigia? Perguntou Paul.
- Sim, vamos ficar alertas, e com certeza ele não vai tentar nos
pegar aqui, pois seria muito estúpido e ele provou ser bem inteligente, disse
Frank.
- Estou com sede Paul.
Alice olhou para Paul com tristeza nos olhos, parecia que previa
algo.
- Eu vou até a máquina de gelo no corredor e volto em um minuto,
preciso beber algo forte também.
- Não vá Paul, pode ser perigoso.
- Não se preocupe Annie, eu sei me cuidar, volto logo.
- Eu vou com você, disse Frank.
-Não precisa já sou bem grandinho, não preciso de proteção.
Passaram 10 minutos e nada de Paul voltar, Annie já começava a
se desesperar.
- Ele não voltou ainda, aconteceu algo eu sinto, meu Deus, meu
marido Paul! Começou a gritar.
- Calma senhora vai ficar tudo bem, eu vou até lá ver se ele
está bem fique calma, Alice traga um copo de água para ela e ninguém sai daqui.
Ao chegar à máquina de gelo Frank não encontrou Paul, o pote de
gelo estava caído no chão e tinha sangue na máquina e um pouco na parede.
- Diabos, de novo não, esse maldito pegou Paul!
Ao chegar ao escritório deu a notícia a Annie, ela começou a
chorar e desmaiou.
- Deixe que eu a examino sou enfermeiro, disse John.
- Ela está em choque, foi apenas um desmaio vai ficar bem.
Após meia hora Annie despertou, ainda estava em choque e dizia o
nome de Paul em voz baixa quase sussurrando.
- Calma Annie vamos encontrá-lo, disse Alice.
- Que merda é aquela na placa do motel? Tem algo pegando fogo, disse
Billy.
- Meu Deus é um corpo pendurado em chamas, disse Frank com pavor
nos olhos.
-É ele, eu sabia, é Paul meu marido, meu Deus ele está morto!
Levantou rapidamente e saiu pela porta correndo e chamando pelo
nome de Paul.
- Não Annie é uma armadilha, disse Frank.
Mas já era tarde demais, ao chegar perto de Paul, Annie caiu de
joelhos enquanto sua cabeça era jogada para fora de seu corpo.
- Meu Deus, ela está morta, disse Alice.
- Esse maldito esperto deve ter colocado um cabo de aço como
armadilha, pobre mulher!
- Precisamos sair daqui Frank, disse Alice.
- É isso que ele quer, não podemos entrar em pânico e sim ser
mais espertos do que ele
Frank tinha raiva em sua
voz.
- Eu posso dar uma idéia? Perguntou John.
- Diga John, o que tem em mente? Perguntou Billy.
-Eu posso ir até o quarto e esperar por ele, enquanto alguém
fica no número 4 esperando e é claro armado, depois abro a janela do banheiro e
um de vocês entra e fica escondido, quando ele chegar atira nele e pronto fim
da linha, o que acham?
- É arriscado, mas é uma boa idéia... Disse Frank.
- Só pode ser você Frank, eu preciso vigiar o Mandíbula.
- Tudo bem sem problemas, vá até lá e feche a porta e não abra
para ninguém a não ser que alguém bata. O assassino não vai bater na porta é
claro, fique esperto depois de 10 minutos eu vou até o número 4 e chamo você
pela janela do banheiro certo?
- Combinado Frank.
John entrou no quarto e trancou a porta, estava tremendo e
sentado à cama começou a rezar baixinho, escutou batidas na porta e lembrou-se
do que Frank havia dito, 'assassinos não batem na porta', levantou e com ar de
segurança abriu a porta. Levou um susto ao ver um homem com capa de chuva e
capuz, tentou fechar a porta, mas ele o impediu e ao tentar correr caiu no
chão, o homem então pegou uma faca de caça e cortou o tendão do seu pé direito,
John soltou um grito de dor e começou a se arrastar no chão, pedia, por favor,
que não o matasse. O assassino caminhou até ele e segurando sua roupa cravou a
faca em seu crânio até a lâmina sumir, John se debateu por um segundo enquanto
o chão era pintado com seu sangue.
- Frank estava na janela do banheiro chamando por John, mas ele
não respondia, então resolveu dar a volta até a entrada do quarto, ao chegar
sacou sua arma e entrou. John estava no chão em uma poça de sangue.
- Deus não John, sinto muito amigo!
Ao sair olhou no corredor que dá acesso aos fundos do hotel e lá
estava ele parado na chuva como antes, encarando Frank.
- Seu desgraçado eu vou te matar seu maníaco, gritou Frank
enquanto empunhava sua arma e antes de disparar um único tiro, algo brilhante
surgiu do nada acertando Frank bem no peito, ele caiu de joelhos e sua arma
soltou-se de sua mão, um machado estava cravado em seu peito, ele quase não
conseguia respirar.
O assassino andou até ele lentamente até que parou em sua frente
encarando-o com olhos negros e frios. Arrancou o machado de seu peito com
violência fazendo Frank soltar um grito de dor, o sangue jorrava e se misturava
com a água da chuva, ele olhou bem nos olhos de Frank e em seguida cravou o
machado em seu crânio fazendo com que se partisse ao meio.
Alice estava preocupada com Frank, já se passava algum tempo
desde que ele saiu para encontrar John.
- Algo está errado Billy, já era para termos notícias dos dois,
um de nós tem que ir até lá e ver se está tudo bem.
- Não é uma boa ideia Alice, eu não posso sair daqui e deixar o
prisioneiro e você é uma mulher, é perigoso você ir sozinha.
- Então é isso porque sou mulher não posso me arriscar, não sou
criança Billy sei me cuidar.
- Não é isso que estou dizendo, mas se você quer ir ok leve
minha arma, mas tenha cuidado.
- Certo Billy eu terei cuidado.
- Você sabe atirar?
- Sim eu sei como funciona, é só apontar e apertar o gatilho.
- Tem uma trava de proteção, puxe ela e a arma vai estar pronta,
mas não pense muito se ele aparecer atire até ele cair.
- Pode deixar comigo, volto em alguns minutos.
- Boa sorte Alice.
Alice chegou ao quarto 5 e percebeu que porta estava
aberta, ao entrar viu sangue no chão e começou a chamar por Frank, mas ninguém
respondeu até que resolver olhar no banheiro e notou uma sombra através da
cortina do box, ao abrir soltou um grito de pavor, os dois corpos estavam
juntos na banheira, deu um passo para trás e ao se virar viu o assassino na
porta encarando-a, muito trêmula conseguiu dar um tiro atingindo o ombro do
homem, mas ele nem se mexeu.
Ele pegou a arma de sua mão com violência e bateu sua cabeça no
espelho duas vezes fazendo vários cortes em seu rosto, depois a jogou no meio
do quarto, ela muito ferida conseguiu levantar e correr para rua, mas caiu
novamente, estava exausta deitada em uma poça de água e sangue, ele caminhou
até ela, novamente a segurou arremessando sua cabeça contra o vidro do carro de
Frank, seu rosto estava desfigurado e quase sem vida. Ele a pegou novamente e
bateu sua cabeça várias vezes contra o carro, seu rosto agora era uma mistura
de carne triturada e ossos. Alice estava morta.
Billy estava muito nervoso, não sabia o que fazer afinal tinha
que cuidar do prisioneiro, estava sem sua arma e sozinho. Foi então que teve a idéia
de trancar Mandíbula no depósito, só assim poderia ir até Alice e ver se ela
estava bem, assim como os outros.
-Fique sentado aqui e não tente nada, você não tem para onde ir
vou trancar a porta e a janela tem grades, eu volto daqui a pouco.
Ao entrar na sala foi surpreendido por um violento soco que o
jogou em cima de uma pequena mesa no centro da sala, ao tentar se levantar, ainda
tonto foi pego como se fosse um boneco e arremessado em um espelho na lateral
da sala fazendo com que pedaços de vidro se espalhassem pelo chão, Billy estava
sangrando e muito machucado, estava sentado com dificuldade de respirar, ainda
conseguiu fazer uma pergunta ao assassino.
-Quem é você, por que está fazendo isso?
Sem dizer nada juntou um pedaço de vidro do chão e foi até
Billy, se abaixou e olhando nos seus olhos cortou sua garganta e ficou olhando
enquanto se afogava no próprio sangue, não satisfeito enfiou o vidro em seu
olho direito, Billy deu um suspiro e morreu com os olhos abertos.
O assassino revistou Billy até encontrar a chave das algemas que
prendiam Mandíbula, depois foi até o depósito e arrombou a porta, caminhou até
ele soltando suas correntes e tirando sua máscara. Os dois se olharam e então
disse:
- Você está livre meu irmão, e vamos para casa. Dirigiu-se até a
ambulância e disse para mandíbula ficar ali e esperar por ele.
- Espere aqui irmão, tenho que ligar os cabos no motor da
ambulância e preciso fazer uma última coisa antes de irmos embora.
Ele foi até o depósito e pegou um galão de gasolina, Rose sempre
deixava um galão guardado para caso faltasse luz, poderia ligar o gerador.
Ele espalhou gasolina por todo o motel e em seguida acendeu um
fósforo dando inicio a um incêndio que se espalhou rapidamente. Entrou na
ambulância e pegou a rota 356. Olhando pelo espelho viu o motel desabar em
chamas, deu um sorriso e olhando para Mandíbula disse.
-Você agora é um homem livre meu irmão, vamos para casa como nos
velhos tempos, só eu e você.
Fim
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POEMEM-SE SEMPRE!
SEJAM BEM-VINDOS!