Após perder a esposa e filha, atropeladas por um motorista bêbado, Dr. Robert se isolou em seu rancho e nunca mais foi visto, mas não antes de amaldiçoar as pessoas envolvidas e que não prestaram ajuda.
O carteiro
depressivo que na hora viu o acidente e não testemunhou a favor.
A beata maluca
que perante a bíblia disse que Deus fez a coisa certa.
O empresário e
chefe do bêbado e motorista por não demiti-lo.
E por fim, o
próprio motorista que ainda seguia em liberdade.
Sua casa se
tornou um celeiro de pragas, todo tipo de bichos ali habitavam, desde baratas, ratos
e pássaros negros, que viviam rodeando sua casa e pousavam em sua cerca
gritando, como se chamassem sua atenção.
Ele não se
importava, pois vivia bêbado e a base de remédios.
A casa que
vivia limpa e perfumada hoje era um acúmulo de sujeiras e cheirava a morte.
A beata saiu
cedo como de costume e foi direto para a igreja, no caminho notou que pássaros
negros a seguiam, mas não deu muita importância.
Chegando à
igreja esbravejou com o padre:
- O senhor viu
padre, aqueles pássaros imundos lá na rua?
Aonde isso vai parar? As pessoas cheias de pecados e agora esses bichos
imundos...
- Não percebi,
mas deve ser algo a ver com a estação.
- O que temos
para hoje na hora da missa, vou ler algo?
- A princípio
farei uma oração para a família do doutor.
- Não perca
tempo com isso, é obra de Deus... precisamos de oração para essa cidade do
pecado.
- Que seja, mas
farei igual, se a senhora quiser pode pregar na rua suas crenças, com licença
tenho que me preparar.
A beata ficou
furiosa e saiu da igreja com pressa, chegando à rua notou que os mesmos
pássaros estavam pousados no muro da igreja.
- Saiam daqui
suas pragas vão atacar alguma plantação! Os pássaros começaram a gritar e foram
em direção a ela, atacando-a com muita fúria, em meio ao ataque ela se
desequilibrou e caiu no meio fio, fazendo com que o ônibus 371 a atropelasse, sem
qualquer reação, sua cabeça foi esmagada e o cérebro se espalhou pelo asfalto.
Todos saíram
gritando do ônibus, o motorista estava desesperado por não ter freado a tempo.
- Sinto muito,
eu não a vi, ela surgiu do nada.
O padre o
consolou dizendo que ela saiu às pressas da igreja e que ele não teve culpa.
Em sua fazenda,
o Dr. Robert, sentado na varanda com uma garrafa de vodca parecia saber do
ocorrido sem estar lá, os mesmos pássaros ali estavam e pareciam se comunicar
com ele, que deu um sorriso e disse algo como:
- já vai tarde
sua doida menos um.
No mesmo dia o
carteiro depressivo entregava cartas na loja de ferramentas, quando viu os
mesmos pássaros o seguindo.
- Boa tarde, tenho
uma correspondência para Sr. Jones aqui está obrigado! Aproveitando a ocasião, o
senhor não acha que hoje o dia se mostra meio perigoso?
-De forma
alguma e se você pensar viver já é perigoso. E deu uma risada alta...
- Bom, é
verdade e aproveitando que estou aqui preciso de um martelo novo, tenho que
consertar a minha cerca, o que o senhor me indica?
- Tenho uma
caixa em algum lugar, me deixa ver. Está ali no alto vou pegar a escada só um
minuto.
Enquanto subia
a escada balançou para o lado e quase caiu no chão, pediu então que o carteiro
segurasse enquanto ele alcançava a caixa. No momento que puxou a caixa uma das
madeiras se moveu e fez com que um ferro despencasse em direção ao carteiro
atravessando seu crânio, matando-o na hora.
O homem entrou
em choque, enquanto o corpo tremia banhado em sangue.
No outro lado
da cidade os pássaros negros contavam a novidade ao doutor bêbado que falava cheio
de satisfação,
- não sei quem
são vocês, mas estão fazendo um ótimo trabalho. Enquanto dava mais um gole em
sua garrafa de vodca.
O empresário
mais bem sucedido da cidade dava seus últimos toques ao que ele chamaria de
empreendimento de sucesso, estava construindo um hotel com cassino nos
arredores da cidade.
-Esse vai ser
o maior hotel do condado, você vai ver, vamos subir?
-Vá na frente,
disse o seu engenheiro preciso fazer uma ligação. Subiu no elevador que dava
acesso ao andar principal, onde seria seu escritório, no vigésimo quinto andar.
No caminho
para cima viu alguns pássaros que rondavam o prédio, indo e vindo e fazendo
sons estranhos.
- O que é isso?
Pensou.
- alguma praga
da natureza.
O elevador
parou subitamente no vigésimo andar, então começou a apertar todos os botões
sem sucesso, tentou ligar do celular, mas não tinha sinal.
O elevador
começou a ranger e desceu um pouco, apavorado se segurou e pediu a Deus por
ajuda, tudo em vão o cabo arrebentou e o elevador desceu em uma velocidade
absurda se desmanchando no solo.
O engenheiro
estava em uma ligação, quando viu a cena, apavorado chegou perto e viu o corpo
do empresário em meio aos escombros do elevador, o que tinha sobrado dele por
assim dizer... um dos braços foi arrancado e estava perto da entrada, seu olhos
saltaram deixando dois buracos negro e fundos, uma visão aterradora até para os
mais fortes.
Novamente no
rancho os pássaros foram dar a noticia ao pobre doutor que entre um gole e
outro dizia,
- Podem
continuar, estou me divertindo muito. Falta apenas um e quero uma morte de
muito sofrimento, disse.
O motorista
como de costume passava em um bar para beber antes do trabalho, mas como soube
da morte de seu chefe decidiu estender a bebedeira, me manda mais um que hoje
eu vou entrar na garrafa.
Já passava das
3 horas, quando saiu do bar cambaleando as pernas, não conseguia nem achar a
chave do carro. Depois de muito tentar, conseguiu sair com o carro fazendo um
zigue zague de dar medo, parou na rodovia para urinar e viu os mesmos pássaros
negros sobrevoando seu carro,
- malditos
animais vão atacar uma plantação de milho, saiam daqui!
Seguiu sua viagem
e em uma curva adormeceu e atravessou a pista dando de frente com um caminhão
que transportava canos, a batida foi tão forte que ficou preso entre os ferros
do caminhão, que atravessaram seu corpo, estava vivo e consciente, tossia
sangue e pedia por ajuda foi quando o outro homem foi em sua direção tentando
tirá-lo dos ferros, mas não teve sucesso,
- vou ligar
para emergência aguente firme!
Afastou-se,
mas a gasolina começou a vazar e o motor quente fez o líquido inflamável
explodisse o carro e as chamas tomaram conta do carro. Ele se afastou correndo
enquanto o motorista bêbado era queimado vivo e gritava de agonia.
Quando o
resgate chegou, já era tarde, seu corpo sem vida e carbonizado ali ficou entre
os ferros que o atravessavam.
Os pássaros em
cima dos fios elétricos gritavam como se estivessem comemorando.
Mais tarde no
rancho o doutor ficou sabendo de sua última vitima, - obrigado meus amigos você
fizeram um ótimo trabalho,agora podem ir embora. Mas os pássaros ali
continuavam.
- Vão embora, ele
gritava, já deram seu melhor.
Os sons por
eles emitidos começaram a aumentar e então todos se juntaram formando uma
imensa massa negra que foi em direção ao pobre doutor. Sem reação foi sucumbido
pelo ser maligno e disforme... quando sumiu só restavam osso e carne digerida
do que foi o velho doutor...
A maldição
cobra um preço e ele pagou bem caro.
Fim.
0 Comentários
POEMEM-SE SEMPRE!
SEJAM BEM-VINDOS!