Saímos do Egito no dia 12 de
maio com destino a Nova York, com uma tripulação de 150 homens.
Tudo ocorria bem até
pegarmos uma tempestade no mar Negro,
as ondas pareciam maiores do que o normal e o vento cortava o ar. Os homens
estavam agitados e com medo, procurei meu primeiro imediato, mas não o
encontrei, ninguém mais o viu e talvez ele estivesse no porão ajudando com a
água que não parava de subir por causa das ondas enormes.
Notei que um dos homens
estava parado perto da proa olhando fixamente para o horizonte, mesmo com o
navio quase virando e as ondas batendo com força ele não se movia, resolvi me
aproximar e com dificuldade consegui chegar até ele, perguntei se ele estava
bem e ele se virou assustado.
- Como você pode ficar ai
parado com o navio quase afundando você está maluco?
Ele disse ter visto algo ou
alguém espreitando no escuro. Eu disse que ninguém mais embarcou no navio, além
da tripulação atual. Mas ele insistiu que tinha visto algo, mandei ele se mexer
e ajudar os outros antes que fosse tarde demais.
Nas próximas horas mais
homens sumiam sem explicação, como estava tudo caótico e a tempestade não
passava comecei a achar que alguns teriam caído ao mar.
Encontrei rastros de sangue
em frente ao compartimento de carga, mas não dei importância por achar que
alguém podia ter se machucado em algo. Mas quando o chefe de máquinas me
procurou dizendo que seu auxiliar estava morto comecei a me preocupar, fui
verificar se era verdade e encontrei o pobre homem totalmente mutilado, imediatamente
pedi um alerta aos homens:
- Acho que temos um
assassino a bordo, todos em alerta!
Tudo estava saindo do
controle à medida que o tempo passava.
Quando a tempestade acalmou
resolvi reunir os homens para uma conversa bem séria. E fizemos uma contagem,
mas dos 150 homens só restavam 20 incluindo eu.
Ninguém sabia o que estava
acontecendo e nem quem estava fazendo aquilo.
Lembrei-me do auxiliar de
máquina assassinado e do meu assistente que diz ter visto algo mais cedo, mas
ele também sumiu e sendo assim não podia ter seu depoimento.
Pedi que os homens ficassem alerta
e usassem armas para sua proteção.
Fui descansar um pouco em
minha cabine por volta das 3h da madrugada, pois a noite tinha sido cansativa e
com muitos problemas. Não consegui dormir muito por causa do mar agitado e os
barulhos que vinham de cima eram muito altos.
Por volta das 4 horas acordei
e notei certo silêncio e resolvi subir ao convés. Para minha surpresa todos
tinham sumido e o barco estava um caos, procurei por alguma pista em todo o
navio e nada encontrei, a tempestade ainda estava presente, só um pouco mais
fraca.
Foi quando um forte
relâmpago me fez ver o que realmente tinha feito tudo aquilo e matado os
homens, era algo terrível de se ver, uma criatura com pele branca e olhos
vermelhos e parecia ter escamas pelo corpo todo, ela me observava agarrada a um
dos mastros, não tive tempo de pegar minha arma nem de correr, ela pulou no
chão e com um golpe me jogou em cima dos tonéis de óleo, fiquei inconsciente
por alguns segundos, mas juntei forças para levantar, ele continuava de pé me
encarando e fazendo um som estridente.
Como essa coisa veio para
aqui? Pensei, será que veio com a tempestade, minhas chances de sair dali com
vida eram mínimas. Então resolvi sacrificar tudo para não deixar aquela
criatura chegar à civilização, tinha parado de fumar, mas ainda tinha uma caixa
de fósforos no meu bolso, então peguei uma tocha e acendi, comecei a enfrentar
a criatura que demonstrou medo do fogo. A cada avanço meu ela recuava mais.
Pensei, mas como vou queimar
esse maldito se não consigo chegar perto? Olhei para os tonéis de óleo e tive
uma idéia, vou queimar esse maldito junto com o navio.
Aproveitei a distância e
joguei um barril no chão que começou a escorrer o óleo em direção à criatura. Gritei
para ele com toda minha força:
- Não vou sair daqui com
vida e nem você maldito, joguei a tocha no óleo que queimou imediatamente até à
criatura que começou a se debater e gritar com raiva.
Eu só tinha uma chance, então
pulei no mar antes que o navio explodisse em mil pedaços, e logo ele explodiu e
junto à criatura demoníaca, fiquei olhando ele queimar por horas até afundar
totalmente.
Fiquei vagando por dias em
cima de um pedaço de madeira do navio com fome e muita sede, me conformei;
- Acho que não vou aguentar
mais uma noite. Essas são minhas últimas palavras, estou muito fraco não vou
aguentar mais, sou o Capitão Jones do navio Starfly rumo à Nova York... o que
me conforta é que dei fim à criatura, quem achar esse diário passe adiante
porque pode existir mais deles e que deu nos ajude!
- Fim -
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