Armado até os dentes, Frank entrou em uma lanchonete lotada de pessoas, na hora do almoço, e descarregou toda sua munição em todos que ali estavam. Enquanto atirava sem parar, gritava em voz alta para aqueles que ainda podiam ouvir:
- Ele me obrigou a fazer isso... ele sussurra no meu
ouvido e ele é meu senhor de tudo.
A polícia foi acionada por vizinhos e chegou
em menos de 5 minutos, mas já era tarde, a chacina estava concluída, sem
munição e atordoado Frank se entregou sem reação alguma.
Os policiais não conseguiam acreditar na cena
de horror que ali se encontrava, corpos mutilados e alguns sem rosto e partidos
ao meio, com sangue por todo o lugar.
Um dos guardas em um acesso de fúria pulou em
Frank e começou a bater nele sem parar, os outros policiais tiveram que
segurá-lo, Frank ria com o rosto cheio de sangue e não parava de dizer:
- O mestre me mandou fazer isso, ele é o senhor de tudo.
- Tirem esse lixo daqui. Disse o capitão ao policial ao
lado, que quando tocou no atirador ficou imóvel e em seguida sacou sua arma
atirando em Frank, que caiu morto ao chão.
- O que você fez? Disse o capitão
- Está maluco?
- Ele sussurrou no meu ouvido, me pediu para matá-lo, ele
entrou em minha mente senhor, não pude fazer nada.
- Me dê sua arma e espere na viatura, que diabos de dia é
esse? E são apenas 12h30, o que me resta para hoje?
Um oficial correu em direção ao carro, quando
se ouviu um estouro de arma de fogo, o policial que matou Frank atirou na
própria cabeça, com a arma que estava na viatura, uma arma calibre 12 de alta
precisão.
- Não sobrou nada para reconhecer do pobre policial!
Todos entraram em pânico, enquanto sirenes de
ambulâncias se ouviam em meio aos gritos dos pedestres.
- Isolem a área e não deixem ninguém passar nem a imprensa,
disse o capitão.
Os paramédicos começaram a remover os corpos,
quando o capitão gritou para um deles:
- Não mexa no policial que está na viatura... não toquem
nele.
Achava que era algum tipo de vírus, que era transmitido
pelo toque ou alguma histeria coletiva.
Pediu ao legista, que chegou ao local, para
pegar o corpo do policial morto com luvas e em hipótese alguma tocar nele com
as mãos diretamente.
- Leve ele para o necrotério, mais tarde passo por lá e
lembre-se do que falei, não toque nele sem luvas.
- Sim senhor, sem problemas.
Mais tarde no necrotério o capitão conversava
com o legista a fim de descobrir o que aconteceu com o policial que tocou em
Frank.
- Isso é algo surreal. De uma hora para outra um maníaco
mata várias pessoas e depois meu policial mata sem razão e se suicida em
seguida.
- Pode ser algum tipo de vírus capitão? Perguntou o
legista.
- Acho que não, mas não é normal e as coisas que eles
disseram sobre vozes, isso não têm lógica.
- Note que a pele dele está com manchas escuras e o
sangue está coagulado, o mesmo no outro cadáver. do próprio Frank, senhor.
- Isso não diz muita coisa, mas tem uma conexão e se
Frank tinha algum tipo de doença que era transmitida pelo toque?
- Nenhum tipo de doença conhecida tem esses sintomas, o
mais parecido seria raiva, o que nenhum dos dois tinha esses sintomas, vou
fazer um teste de sangue, mas pode demorar alguns dias.
- Não posso esperar tanto tempo, quem sabe uma autópsia
agora? Acho que pode tocar com as luvas sem problemas.
- Vou chamar minha assistente Mariane, ela pode me ajudar
com mais rapidez.
Mariane estava apreensiva com o caso e com
muito medo.
- Não se preocupe, é só usar luvas e não tocar direto
nele.
A autópsia durou uma hora e meia, mas a
conclusão foi a mesma, morte por arma de fogo, nada de anormal.
- Se Frank tinha algo e passou para meu policial, então
teremos que fazer a autópsia nele também, correto?
- Com certeza, quem sabe achamos algo.
Começou a autópsia e logo o legista encontrou
algo incomum no cadáver, apresentava coloração escura nos órgãos internos e ao
invés de sangue havia uma espuma também escura e com cheiro de enxofre.
- Meu Deus o que é isso?
Cortou um pedaço do tecido para testes e a
espuma respingou no rosto de Mariane que deu um grito de susto.
- Calma Mariane você não tocou nele fique tranquila.
Mariane ainda não se sentia bem com o
decorrer da autópsia, começou a ficar estranha e olhava para os lados como se
ouvisse algo.
- Você não está ouvindo essa voz?
- Que voz Mariane? Só estamos nós três aqui.
O capitão tocou em sua arma e ficou alerta
para qualquer problema.
- Calma Mariane, está tudo bem.
- Afaste-se dela, disse o capitão.
Mas era tarde, Mariane pegou o bisturi da
mesa e atacou o legista cortando sua garganta, que jorrou sangue por todo
lugar, em seguida o corpo caiu numa poça de sangue, foi em direção ao capitão, que
sacou a arma e atirou várias vezes nela, até cair no chão sem vida.
- Meu Deus tenho que fazer algo, isso não pode se
espalhar.
Teve a ideia de levar o corpo de Maria até a
área de cremação, quem sabe assim a praga morre de vez, sem um hospedeiro.
Como era tarde da noite e somente o legista
ficava no local e um segurança, que mais dormia do que vigiava, ele foi
tranquilo até o crematório, tomou todo cuidado para não tocá-la.
Jogou o corpo dentro da fornalha e acendeu o
fogo no máximo, ficou assistindo o corpo queimar até virar cinzas, a única
testemunha seria a fumaça que saia da chaminé, em larga escala e reparou que fazia
muito vento nesse dia e parecia que iria chover.
Esperou um pouco antes de ir, pois estava
exausto, tomou um gole do café que o legista havia deixado na mesa e fumou um
cigarro, depois resolveu que já era hora de sair.
Não deixou pistas do que ali havia acontecido,
passou pelo segurança que ali se encontrava dormindo como de costume, até
pensou para si:
- se tiver uma guerra na rua esse daqui nem vai saber o
que o atingiu.
Quando a porta abriu-se para rua, o que ele
viu era mesmo um cenário de guerra, as pessoas estavam enlouquecidas e atacavam
umas as outras, com facas, pedras, carros o que tivessem por perto, ou nas mãos,
muitos ali caíam sem vida.
Uma fumaça preta caia sobre a cidade, enquanto
o caos ali se instalava.
- Meu Deus, a fumaça do crematório, o que eu fiz? Deus
nos ajude!
Foram suas últimas palavras, antes de um
louco partir sua cabeça com um machado.
O mal se espalhou e a cidade agora era mergulhada em escuridão.
- Fim -
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