O assassino da navalha - conto de suspense de Marcelo Gomes (A primeira atuação de Eddie Mase)

 




Londres


Era noite de sábado e as ruas de Londres estavam lotadas, tinha algo de sinistro no ar, aquela noite mais porque um travesti tinha sido espancado até à morte, na noite anterior.

Homens que repudiavam os gays, com muito ódio foram os principais suspeitos, mas até agora ninguém havia sido preso.

As ruas sujas abrigavam todo tipo de gente, desde mendigos, drogados, prostitutas e marinheiros que vinham de todos os lugares em busca de diversão.

O lugar mais famoso e que abrigava todos os tipos de gente, era a taverna do Harry, conhecida por toda cidade e, também, famosa pelos petiscos de peixe e chopp da melhor qualidade, o nome era “The Horde”, nome que foi dado devido a quantidade de gente que a frequentava, sendo assim foi batizada, de a horda pelo seu proprietário e bêbado de plantão, Sir Harry.

A certa hora da noite, Londres começava a ficar mais sombria devido a densa neblina que costumava cair, não se via quase nada e as ruas ficavam mais perigosas.

A polícia fazia rondas, mas tinham poucos policiais de plantão à noite, muitos tinham medo e temiam por suas famílias sozinhas em casa.



Foi nessa mesma noite que tudo começou, depois do



que aconteceu, Londres não foi mais a mesma.





O beco



Os lugares mais frequentados pelos drogados e mendigos eram os becos de Londres, pois tinham acessos fáceis de fuga, quando a polícia chegava e por serem escuros camuflavam qualquer tipo de crime ali praticado.

Danny Boy era um dos vigaristas mais espertos de Londres, vivia dando golpes em todos e vendia contrabandos vindos da China e Nova York, fora preso várias vezes, mas nunca chegou a cumprir uma pena longa. Vivia no beco principal, que dava acesso ao bar do Harry, pois era onde sua melhor clientela se encontrava.

Certa vez levou uma surra de dois marinheiros, por querer vender estrume de vaca misturado à maconha, isso lhe rendeu uma semana no hospital. Mas não se deu por derrotado e lá estava ele de novo, na outra semana no mesmo beco.

Figura também conhecida nos arredores do beco era Bill, 'o Marreta', ex-pugilista que ficou cego de um olho em uma briga de rua, na ocasião seu oponente quase arrancou seu olho com uma faca de cozinha, mas claro Bill o matou em seguida com seus famosos socos de marreta. Ele fazia a segurança de todas as prostitutas, que ali trabalhavam, certa vez bateu em três homens que não queriam pagar a conta e quase os matou.

O beco era muito frequentado por prostitutas, uma vez que muitos clientes não queriam pagar por um quarto.

Nessa noite, apesar do movimento, o beco estava quase vazio e muito quieto, mal dava para se ouvir o barulho dos ratos no lixo, alguns mendigos dormiam e outros estavam tão drogados que não conseguiam se mover.

Algumas prostitutas entravam e saiam com muita rapidez, pois queriam faturar o máximo que podiam, os únicos sons do lugar eram dos marinheiros cantando e brigando entre si no ‘The Horde’.

A cada um que saía acompanhado ou ficava caído no beco, ou era roubado devido ao estado de embriaguez, Bill, o Marreta estava com uma noite cheia, não conseguia dar conta de cobrir todas as mulheres, devido ao movimento intenso daquela noite.

Enquanto observava um cliente discutindo com uma prostituta na rua, escutou um grito abafado vindo do beco principal, saiu às pressas para verificar e encontrou a mulher caída e um homem portando, o que parecia ser uma navalha sob seu corpo.

A única luz que ali entrava era de um poste da rua principal e era muito fraca, mas deu para ver o brilho da arma claramente, o homem vestia uma capa preta e toca também escura, correu em sua direção e chegando perto foi surpreendido por um golpe muito violento que o jogou contra a parede.

O homem de pé parecia ser maior ainda e tinha uma cicatriz no canto do olho direito, sua força era fora do comum e agarrando Bill pelo pescoço o levantou do chão, sorriu para ele e seus dentes pareciam ser feitos de metal, Bill foi sufocado até à morte, sem poder reagir, enquanto o homem misterioso o olhava bem fundo nos olhos.

Deixou Bill caído sem vida e se voltou para a prostituta que a essas horas já estava morta com a garganta cortada, rasgou seu vestido e com os seios a mostra deu uma mordida, arrancando um pedaço, em seguida o devorou. Saiu andando tranquilamente e sumiu em meio à densa neblina.



Eddie Mase



Eddie Mase era um novato na academia de polícia e tinha se formado a menos de um ano, mas já era tido como um promissor detetive devido ao seu raciocínio rápido e inteligência apurada.

O telefone tocou às nove horas na residência de Eddie, estava tomando um café e lendo o jornal local. Era o chefe de polícia no outro lado da linha.

- Eddie meu garoto, preciso de você agora no beco da rua principal, perto do bar ‘The Horde’, parece que temos um duplo assassinato.

- Sim senhor, estou a caminho, alguém está no local?

- Só alguns policiais e uns mendigos que acharam os corpos, não se esqueça Eddie, esse pode ser seu primeiro grande caso, dê tudo de si garoto.

- Sim senhor, estou indo agora.

Saiu às pressas e sem terminar seu café, ao invés de pegar uma carruagem resolveu ir a pé, tamanha ansiedade que se encontrava.

- Bom dia senhores, sou o detetive Eddie Mase e vim a mando do chefe de polícia, vou assumir o caso. Quem encontrou os corpos?

- Foram aqueles dois mendigos ali senhor. O policial apontou para dois homens sentados, que bebiam, o que parecia ser vinho.

- Bom dia senhores, quem de vocês encontrou os corpos?

- Fui eu senhor, fui soltar um pouco de vinho e aí achei os dois, sabe como é bexiga solta, temos que aliviar, começou a rir, mas Mase estava sério e o indagou.

- Mas você não mexeu nos corpos né? Não roubou nada?

- Não senhor, nem cheguei perto, tinha muito sangue.

- Está bem, mas e à noite, não viram nada de anormal?

- Não senhor nós temos um sono muito pesado devido a bebida, não vimos nada.

- Obrigado vocês já podem ir agora.

- Vamos isolar a área, é uma cena de crime e ninguém entra nem sai, sem eu saber.

Primeiro foi observar o corpo de Bill, pois estava mais perto do local dos mendigos.

- Hum, ele foi estrangulado, mas antes foi jogado contra a parede, veja o ferimento atrás da cabeça e os hematomas, alguém muito forte fez isso, para derrubar Bill teria que ser bem grande, estamos falando de um homem de no mínimo 1,85 ou mais.

- Vamos ver a mulher, alguém sabe quem era ela?

- Não senhor, não temos a identidade dela ainda, sabemos que é umas das prostitutas de Danny Boy e o homem é Bill, ‘o Marreta’, que fazia segurança delas.

- Não sabia que Danny também era cafetão.

- Na verdade, ele tem algumas garotas na rua, mas a maioria é por conta própria mesmo.

- Me empreste um lenço, deixei o meu em casa porque sai às pressas.

- Olhe aqui no seio direito, tem uma mordida bem profunda e marca de dentes bem afiados, parece ser de um animal, mas é impossível algum animal fazer isso, um cachorro talvez, mas não seria tão precisa assim e um animal não cortaria a garganta cirurgicamente.

- Pode ter usado uma faca de açougueiro, ou até uma navalha, talvez. Será que temos um imitador de ‘Jack o Estripador'?’

- Não, Jack era mais metódico e esse cara só tem violência pura, não se importa com detalhes.

- Levem os corpos para o legista e diga que passo mais tarde por lá, antes vou falar com o comissário. Mais uma coisa rapazes, contatem Danny Boy e peçam que ele vá até a delegacia, hoje mesmo.

- Sim senhor.

Meia hora depois Eddie já estava na delegacia e foi direto falar com o comissário.

- Posso entrar senhor?

- Claro Eddie, entre, como foi por lá, alguma pista?

- Ainda não senhor, mas temos um assassino que pode vir a matar de novo.

- Por que você diz isso, Jack voltou?

- Não senhor, mas todo serial killer deixa uma pista ou uma marca para ser reconhecido e esse gosta de morder as vítimas, usa algo afiado nos dentes e é muito forte, a mulher teve um pedaço do seio arrancado e o segurança Bill, você deve conhecer ‘o Marreta, acho que nem teve chance de se defender.

- Meu Deus estamos lidando com um monstro!

- Não senhor, mas um homem cruel e muito forte.

Um policial bate à porta e anuncia que Danny Boy está à espera.

- Está bem oficial, já estou indo.

- Pode ir Eddie e me informe se tiver algo mais.

- Sim senhor, com licença.

Danny Boy estava bem relaxado e fumando um cigarro, quando Eddie entrou na sala.

- Você não pode fumar aqui, quer que lhe prenda por desrespeitar uma ordem, você não viu a placa na parede?

- Desculpa senhor, já vou apagar.

- Me diga Danny, a mulher morta era uma de suas garotas certo?

- Sim pobre Mary, só estava querendo ganhar a vida.

- Mary é esse o nome dela então? Você sabe se ela tinha algum tipo de rixa com alguém ou devia dinheiro?

- Não, Mary era uma mulher boa, tinha uma filha que ficava em casa com a mãe.

- E você não notou ninguém estranho na noite anterior pelas ruas ou no bar?

- Não somente a ralé de sempre, nada de incomum.

- Bom você pode ir Danny e se souber de algo me avise, obrigado pela sua colaboração.

- Sim senhor, aviso sim.

- E Danny avise as meninas para evitar os becos por um tempo.

Danny acenou com a cabeça e saiu.



O legista



Eddie chegou ao necrotério cheio de dúvidas e trazia um pequeno bloco de anotações em sua mão, não queria que nenhum detalhe passasse despercebido.

- Boa noite Frank como está a autópsia já tem algo para mim?

- A principio detetive, o básico já tenho, homem branco ex-boxeador estrangulado, como se fosse um brinquedo e mulher branca 30 anos, degolada e com seio mutilado, nada além disso, a não ser pelo fato da mordida ser feita por algo pontiagudo e forte.

- Nenhum homem tem dentes como os de um animal, a minha teoria é de que ele usa algum tipo de protetor bucal em forma de presas.

- Hum, isso eu notei na cena do crime, mas ele teve algum tipo de relação com ela?

- Não, isso aconteceu bem antes do crime, mas não foi ele, acho que os motivos não são sexuais e sim de algo reprimido e que faltou em sua infância talvez.

- Quer dizer que ele pode ter algum tipo de demência ou sofre de algum tipo de transtorno?

- Talvez, ele pode ser bipolar ou foi abusado quando criança, tudo é possível.

- Estamos falando então de um homem muito perigoso e extremamente forte.

- Sim senhor e acho que não vai parar por aí, a marca é um sinal disso, algo que ele quer deixar para a polícia um recado ou algo assim:

‘Estou aqui essa é minha marca venham me pegar’.

- Você tem razão, vou reforçar o policiamento hoje, sábado é uma noite sem limites e devemos estar preparados. Obrigado pelo seu tempo se descobrir algo mais me contate.

- Claro, com certeza, boa noite.

Sábado à noite, Londres fervia novamente. A neblina não estava muito densa e o policiamento estava redobrado conforme Eddie pediu, as ‘meninas’ estavam evitando a todo custo os becos e Danny estava atento a tudo. Além do mais, seu segurança não estaria mais ali.

Eddie ficou perto do bar e de olho em todos. Hoje estava armado de sua pistola e tinha também um bastão emprestado por um policial. Uma briga começou perto do bar e Eddie se assustou quase sacando sua pistola, mas logo os policiais acalmaram a situação.

Tudo ocorreu bem naquela noite e já era tarde, quando os últimos clientes do bar saíram. Eddie resolveu encerrar a noite e deixou apenas os policiais da ronda noturna, estava cansado e foi para casa dormir.

A neblina aumentou um pouco e uma das meninas que ainda se encontrava por ali, com seu último cliente resolveu ir embora sozinha.

Mas o homem insistiu de ir junto e ela aceitou. Conversavam sobre as coisas da vida, ele era casado e morava na outra cidade e ela tinha um pai em casa doente e acamado.

O homem resolveu cortar pelo beco por ser mais curto o caminho e ela aceitou mesmo sabendo do perigo.

Estavam no meio do caminho, quando um homem surgiu entre as latas de lixo e com um golpe jogou a cabeça do homem contra a parede, que explodiu em sangue e miolos.

A mulher tentou gritar, mas ele foi mais rápido e tapou sua boca, enquanto cortava sua garganta com uma navalha e o sangue jorrava na parede, levantou ela como se fosse uma boneca, enquanto se debatia e com a outra mão rasgou seu vestido e mordeu seu seio brutalmente e em seguida jogou ela contra a parede como se fosse um graveto.

Um guarda que ali passava viu um movimento e foi verificar. O homem, que parecia mais um gigante de rosto mutilado, partiu para cima do policial e desferiu um golpe com sua navalha em direção a seu rosto. O policial colocou a mão em frente para se defender, mas o golpe pegou em cheio rasgando sua mão e um pouco de seu rosto. Fazendo com que caísse de joelhos. O assassino o golpeou mais uma vez, acertando em cheio sua garganta e jorrando sangue em abundância, não satisfeito segurou seu cabelo e começou a serrar seu pescoço até sua cabeça cair ao chão. Foi embora sem olhar para trás e sumiu na escuridão da noite.

No dia seguinte o prefeito estava ligando para o comissário pedindo uma reação imediata da policia e de seus homens para pegar o assassino, as manchetes estavam deixando a cidade em pânico e o prefeito estava sendo muito cobrado.

- Eddie, o prefeito me ligou essa manhã e quer uma solução imediata nesse caso, está sob pressão e quer descontar em nós.

- Estou fazendo o possível comissário e hoje perdemos um policial também, esse assassino é muito inteligente.

- Deixou que todos fossem embora e ficou nas sombras espreitando. Matou aqueles homens como se fossem de brinquedo. E está ficando mais violento.

- Vá para as ruas hoje Eddie e não saia enquanto não pegar esse maníaco.

- Está bem senhor, farei o possível.

- Não Eddie, faça o impossível e o traga para mim, vivo ou morto.

- Sim senhor.

Naquela noite Eddie encontrou Danny Boy na praça central, antes de ir para a rua principal e fazer sua vigília.

Danny estava bem preocupado.

- O que faz aqui Danny. não deveria estar cuidando de seus negócios?

- Que bom que encontrei com você Eddie. uma das meninas veio para esse lado com um homem e agora não voltou mais.

De repente um grito foi ouvido vindo do velho armazém de pólvora, Eddie correu junto com Danny o mais rápido possível, mas a porta estava fechada.

- Me ajude Danny vamos arrombar a porta rápido!

Com ajuda de Danny conseguiu entrar, mas já era tarde a mulher estava morta em cima da mesa sem cabeça. A mesma estava em cima de um barril como se olhasse para eles, Danny entrou em pânico e começou a chorar e dizer que iriam morrer ali também.

Eddie sacou sua arma e andou até o outro lado da sala, que estava escura e cheia de pólvora. Mas o homem monstruoso atravessou a parede como se fosse de papel e jogou Eddie entre os tonéis de pólvora como um boneco, fazendo com que desmaiasse na hora.

Então foi em direção a Danny que tentou fugir, mas escorregou no sangue no chão e caiu. O homem o agarrou pelo pescoço e quebrou sua espinha como se fosse um peixe morto. Depois pegou sua cabeça e bateu tantas vezes contra um pilar de tijolos, que nem seus dentes podiam o identificar, acendeu um fósforo e colocou fogo no lugar saindo em seguida.

Eddie acordou em meio às chamas e conseguiu fugir antes que o lugar explodisse e viesse abaixo. Procurou pelo assassino, mas já tinha ido embora. Então caiu desmaiado novamente. Eddie acordou no hospital dois dias depois, com muitas dores ainda no corpo, perguntou ao comissário, que lá estava, se Danny tinha sobrevivido. A resposta foi negativa.

- Descanse Eddie. não pense nisso agora deixe que resolvo com o prefeito, quando você melhorar volte ao caso.

- Não sei como parar esse animal senhor. Ele não é humano atravessou uma parede de tijolos e nem teve um arranhão.

- Tudo bem Eddie, depois falamos sobre isso. Agora descanse e amanhã eu volto e digo como está o caso.



O prefeito

O prefeito foi convocado para uma coletiva junto à imprensa local para dar esclarecimentos e informar sobre o andamento do caso, pois a população estava com muito medo e estava começando a afetar os negócios.

A praça em frente à prefeitura estava lotada, muitos jornalista e curiosos, além de muita segurança por parte da policia local, o comissário chegou junto com o prefeito e logo foram bombardeados de perguntas.

- Uma pergunta de cada vez, se houver tumulto encerramos por aqui. Disse o comissário.

- Com licença prefeito, o que o senhor está fazendo quanto à segurança da população?

- Esses crimes são isolados, esse maníaco não mata aleatoriamente, ele escolhe suas vitimas e elas são na maioria prostitutas que trabalham à noite perto dos becos.

- E a morte de Danny Boy foi escolhida?

- Não, ele apenas estava no lugar errado e na hora errada, foi um acaso o que aconteceu, sua vitima era uma prostituta que trabalhava para Danny e como encontrou o detetive Eddie na hora do ocorrido, resolveu ajudar, mas acabou morrendo também.

- E o detetive como está, ele sabe quem é o assassino?

- Quem pode responder essa pergunta é o comissário.

- Sim, ele está bem e temos um retrato falado do assassino e logo estará nas ruas, ele não pode se esconder para sempre.

- E o policial que morreu outro dia, o que foi feito com a família?

- Como ele morreu em serviço a família vai ter a pensão a que ele tinha direito. Agora precisamos ir o prefeito tem compromisso.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo e um princípio de tumulto se formou, mas logo a policia controlou os mais afoitos.

- Tenho que ir ao meu barbeiro às 6 horas, até lá quero que você coloque toda a força nas ruas comissário, entendeu?

- Sim senhor, vou providenciar.

O prefeito chegou ao barbeiro exatamente às 6 horas da tarde, em ponto e o mesmo fechou a porta. Tinha exclusividade toda vez que ia lá.

- Boa tarde prefeito, como está hoje?

- Nada bem, esse caso de assassinatos está me deixando louco, nem durmo direito à noite.

- Mas ainda não sabem quem é?

- Não, somente pistas que não levam a lugar algum. Já estou me cansando do comissário e seus policiais patetas e agora aquele detetive está no hospital. O que mais me falta acontecer?

- É muito sério senhor, mas me diga o que vai ser hoje?

- Corte um pouco meu cabelo e faça a barba, depois use aquelas colônias de rosto que você tem.

- Certo senhor, é pra já.

Seguiram conversando e após a barba colocou um pouco de colônia no rosto do prefeito e deixou com um lenço para descansar.

- Espere uns 10 minutos até a pele absorver bem a colônia e relaxe. Durma um pouco vou até lá dentro preparar um café.

A cozinha da barbearia estava envolta em sombras, sua casa ficava nos fundos da barbearia e a cozinha logo ao lado, ouviu um barulho vindo da despensa e foi verificar.

Pensou que podia ser ratos, que geralmente infestam as ruas de Londres, mas para sua surpresa no escuro estava um homem de aparência gigantesca e algo brilhava em sua mão. Na tentativa de fugir bateu em um balcão fazendo com que se desequilibrasse e caísse no chão, o homem se aproximou e com um gancho de carne golpeou sua cabeça arrastando-o para dentro da despensa onde deferiu vários golpes em seu peito, fazendo com que se engasgasse em sangue sem poder gritar. Em seguida o assassino o pendurou com o próprio gancho na despensa, então foi em direção ao prefeito.

Relaxado e meio sonolento, não notou a aproximação do homem, além de estar com o rosto coberto pelo lenço. O assassino então agarrou seus ombros e tirou o lenço de seu rosto revelando sua identidade. O Prefeito ficou paralisado de medo e começou a falar engasgado, sem poder se mexer. O assassino então pegou sua navalha e disse:

- Está na hora de melhorar esse sorriso prefeito. O senhor não quer parecer emburrado em suas coletivas de imprensa não é?

Em seguida cortou os dois lados de sua boca de orelha a orelha fazendo com que seu maxilar ficasse pendurado sob o peito.

Antes de sair ainda falou:

- Que tal agora prefeito? Acho que você será o palhaço principal da festa.

Então sumiu na neblina de Londres;

O comissário chegou cedo ao hospital e deu a notícia para Eddie.



Encarando o assassino

- Meu Deus o prefeito! Ele foi longe demais tenho que sair daqui e fazer alguma coisa para impedir esse maníaco.

- Está bem Eddie, vou pedir que você tenha alta hoje sem falta, preciso de você para cuidar de minha filha, ela vai viajar para a casa da mãe, hoje ainda e preciso do máximo de proteção, até ela chegar.

- Sim senhor, farei meu melhor.

No final da tarde Eddie estava de alta e pronto para sua próxima missão. Foi direto para casa do comissário.

- Eddie que bom ver você recuperado, essa é minha filha Jasmine.

- Muito prazer senhorita. Estou ao seu dispor, a partir de agora.

- Nossa papai não sabia que você tinha um detetive tão bonito!

- Comporte-se Jasmine, ele está aqui a trabalho.

- Então vamos, Jasmine vai na carruagem com sua dama de companhia e você Eddie vai junto com mais dois policiais a cavalo.

- Sim senhor sem problemas. Vamos indo então?

Saíram em seguida. Eddie acompanhava ao lado da carruagem, enquanto um policial ficava mais atrás e o outro à frente.

Tudo corria bem até chegar à ponte que sai da cidade. Um dos cavalos parou de repente ao ver um homem parado à frente, fazendo com que todos ficassem em alerta.

Eddie se aproximou e em voz alta perguntou:

- Quem é você e o que quer?

Parecia o mesmo homem da outra noite, mas o detetive não tinha certeza, após o acidente ficou meio sem memória.

O homem ficou parado olhando fixamente para eles, até que um dos guardas sacou a arma e apontou para ele dizendo:

- Saia do caminho ou vou atirar.

Então o homem correu na direção deles e o policial começou a atirar, mas ele não parava.

O cavalo de Eddie se assustou e o derrubou no chão.

O homem então deu um soco no animal que caiu em cima do policial.

Sem se mexer e quase sem fôlego foi uma presa fácil do monstro, que com a própria arma do policial bateu em sua cabeça incansáveis vezes, até não restar mais nada além de sangue e cérebro no chão.

Eddie se levantou e correu para a carruagem tentando proteger a filha do comissário, enquanto o outro policial tentava parar o homem sem sucesso;

Ele o tirou do cavalo enquanto disparava sua arma e atravessou seu corpo com um galho de árvore que estava caído no chão. Depois pegou seu corpo e o jogou da ponte no rio.

Eddie manda que as mulheres corram sem parar, em direção à cidade, enquanto o assassino vai em direção deles.

Então Eddie dispara sua arma várias vezes, mas o homem continua de pé, conseguindo chegar bem perto, agarra Eddie pelo colarinho e o joga através da carruagem fazendo com que caia do outro lado.

E em seguida parte em direção às mulheres.

Eddie meio tonto resolve se levantar e solta um dos cavalos da carruagem. Em seguida arranca um dos ferros de sustentação e sai a galope atrás do homem que está quase alcançando a filha do comissário que tropeça e cai, antes do assassino alcançá-la

Eddie se aproxima velozmente e atira o ferro que atravessa o homem saindo em seu peito, fazendo com que caia e fique apoiado sobre o mesmo, sem poder se mexer.

Então Eddie desce do cavalo e aponta sua arma para a cabeça do assassino e atira várias vezes explodindo seu crânio. Finalmente ele estava morto.

Eddie corre em direção às mulheres e abraça a filha do comissário que chorando o agarra com todas as forças.

- Acabou, diz ele. Está morto e não pode mais te ferir.

Na manhã seguinte Eddie foi condecorado com a medalha de honra por serviços prestados e foi nomeado para trabalhar na maior agência de investigações de Londres, a Scotland Yard, era o mais jovem a ingressar e um dos mais brilhantes detetives de todos os tempos. Mais tarde iria se tornar chefe de investigações e o mais talentoso e bem sucedido detetive de todos os tempos.



Fim

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