Poemas de amor - A ela restam-lhe as amoras

 




A vontade é gritar seu nome
até lhe ensurdecer.
Este amor desatinado é o quê?
Que a enlouquece em suas horas
e deixa pele e alma afloradas?
É o desejo louco que a tome.
A voz, por mais que tente, emudece
confusa, inerte, represa a malícia
faz de conta que não vê
a indiferença que a consome.
Tenta fugir dos devaneios
coloca-os de lado a divagar
junto a fotos e telas penduradas
de rostos e olhares imóveis
que parecem censurar-lhe:
– Por que choras?
O cheiro do mato a acaricia
volta-se ao pé da amoreira
onde amoras estão caídas
ávida prende-se a colhê-las
sem saída devora-as.
@soninhaportopoa

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