No intervalo dos goles


Pérfido imaginário... e afins

Distraído com fotos espalhadas pela cama
A saudade está mais perto.
Chega e me cerca, 
aperta e acerta 
o que já seria certo no cerne...
(Querer você)

Eu saberia como agir em outras épocas,
Mesmo que falte o mesmo entusiasmo;
Seria simplesmente uma aventura,
Ainda não estava atrás da mais perfeita escultura.

Pensando bem, criarei a própria artista,
Vendo outra dela em vagos corpos;
Lógico que deixarei isso em mistério,
Disfarçarei com toda minha fúria.

No íntimo considero um adultério
Ver o sorriso dela em outras bocas,
Sentir seu cheiro em todas as roupas,
Mas pagarei para ter essa luxúria.

Voam versos de afeto tão cálidos no conforto,
No forno do sentimento; 
Voam tão meigos ou salsos,
Verdadeiros ou falsos; 
Voam se for de gosto
Ou até desgosto 
(assim querendo).

Amor latente ao peito entregue
- De frente à porta da felicidade.
O jeito que seu orbe teve de dar-lhe presente,
O laço que desenlaça na fantasia da alma.

Brilho agudo da aura que passa célere,
De horas que passam em segundos,
Em lumes no gelo de um tempo absurdo,
Reflexo da cara metade em seu próprio espelho.

Não, não houve procura!
Houve sorte e destino,
Houve física e química
No liquidificador da loucura.

Não esquento com qualquer coisa,
Habituei-me ao fogo brando; 
guardo gás para a chama forte 
sempre que houver paixão.

Não sou filósofo nem profeta,
Minha linha não é nada reta;
Sou sempre prólogo com algumas metas;
Divago calmo, afago e flerto as mentes abertas.

No amor sou carne e osso, 
cerne e fosso, 
amor implexo 
e alvo das flechas.

(afins...)
- Para matar o tempo sem correr o risco de morrer junto, 
troca-se:
• correr dirigindo na pista, às cegas e vários beijos em altas farras. 
- Por:
• comer, dividindo a pizza de acelga 
com vários queijos e alcaparras.

André Anlub

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