AO MESTRE, POETAS


AO MESTRE, POETAS


Olhar indiferente

Nariz lá nas alturas

Peito estufado

Ombros num sobe e desce

Braços em cruz, fechados

Mãos guardadas

Travadas

 
Não viu a beleza nos cantos

Não cheirou perfumados anjos

Nem corações aconchegou


Sem asas

Sem voo 

Sem ninho

Sem aplausos

 
Tanto faz como tanto fez


Ah, seu mestre...

Esses poetas têm perfume doce, viu?

Têm coração inteiro nas palavras

Fazem morada em tantos cantos

Só para depois nos contar


Ah, seu mestre...

Esses poetas têm braços leves

Abraço apertado

Asas grandes

Ninhos quentes

Só para nos abrigar

 
Desculpe-me, seu mestre

Mas você ainda é aprendiz

Além de muitos palmos

Há grandes poetas diante do seu nariz

Aplauda-os!

Postar um comentário

1 Comentários

POEMEM-SE SEMPRE!
SEJAM BEM-VINDOS!