A porta - Para Carlos Soares



As lembranças vieram
As risadas gostosas
Em volta da mesa

Papos sobre nenhuma certeza
Os doces disputados
O bolo, o pudim e o pavê

E a lágrima brotou sem querer

A porta estava fechada
Em seu contorno uma luz forte
Tentei abri-la e não  consegui

Sentei-me frente a ela
E observei seus desenhos,
Os veios, seus cortes

E a luz fez-me doer os olhos

Tão iluminada
Linda, imponente
Mas instransponível.

E uma voz dizia :
- não é chegada a sua hora.

Pensei:
Alguém a atravessou
E foi sem olhar para trás...

Não, isto não é possível?
Tentei de novo.
Ela estava ali impassível.

Fechei os olhos e na escuridão
Vi uma estrela correr
Para lá e pra cá

Sorri
Aquela porta não era minha não
Alguém a transpôs sorrindo...


Soninha Porto


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