UM POUCO DE PROSA

UM POUCO DE PROSA...
Marcia Mendes 

Ontem, conversando com uma amiga, doutora em Letras, eu disse que poesia e psicanálise tangenciam-se. Foram momentos enriquecedores de mútua contribuição.  Percebemos uma fonte fecunda de idéias, teorias e vertentes a serem investigadas. 
Em Freud, o poeta fala sem saber aquilo que o psicanalista chegará a concluir após muito estudo e reflexão. É no obscuro que o poeta captura a palavra. Psicanalistas e poetas procuram, na verdade, vestígios do indizível. A imagem sustenta a palavra poética. A sensoralidade do poema é percebida pelo leitor que acaba por emocionar-se com o texto. E aí, busco em Lacan, "mas basta escutar a poesia... para que se faça ouvir uma polifonia e se veja que todo o discurso se alinha nas várias pautas de uma partitura". E eu digo assim, poesia é música, é corpo, é alma que fala. O poeta ressuscita em si aquilo que dentro de si quer morrer. Concluo com Manoel de Barros que diz: "Quem acumula muita informação, perde o condão de
advinhar: divinare.
Os sabiás divinam." 
Sou poeta, minha escrita pulsa viva, o leitor me legítima, quero é encantar. Então, sigo como uma aranha, tecendo meus textos em sublime-ação. 
Rio, 01 de dezembro de 2013 
Marcia Mendes é psicanalista, escritora e poeta. 

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3 Comentários

  1. O poeta transita nos mais profundos recônditos da alma humana, feliz daquele psicanalista que ao perpassar seu olhar sobre cada verso à luz de sua sensibilidade, chegará perto de entendê-lo.

    Bjs linda escritora.

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  2. Obrigada, Soninha Porto e Marco Araújo, bjuss

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