REFLEXÕES NO QUARTO DE ALUGUEL
Aqui de dentro do quarto lá fora é ausente e baldio
mas lá de fora ao relento aqui dentro é mais vazio.
Sem flores e sem retrato de tão nada me angustio.
Lá de fora onde pernoito aqui dentro é noite e frio...
Aqui de dentro do quarto lá fora é um barco no rio
e lá de fora mar à vista aqui dentro é o meu navio...
No leito deita teu corpo feito cais para o meu cio...
Teu barco entra no porto e no corpo o meu navio.
e lá de fora mar à vista aqui dentro é o meu navio...
No leito deita teu corpo feito cais para o meu cio...
Teu barco entra no porto e no corpo o meu navio.
E como um dia no barco lá fora é tarde e erradio
aqui de dentro do quarto sobre o mar do casario...
Lá fora não me conforta nem importa esse fastio
é o barco que transporta o ser no mundo sombrio.
Aqui de dentro do quarto lá fora é tempo de estio.
Entre sonhos me reparto, que viver é um desafio...
Entre ciprestes me deito e entre lençóis me alivio
aqui dentro sobre o leito em teus beijos me sacio...
Aqui de dentro do quarto lá fora há o vento vadio
lá de fora aqui de dentro não é triste nem tão frio...
Lá fora é apenas o barco de meu fantasma arredio
navegando nos telhados de meu fado em desvario...
O corpo preso no quarto a alma farta e o ser vazio
o mar vasto leva o barco num sonho vago e tardio...
O vento quase me diz e não ouço por um fio
como é quase ser feliz no quarto quase navio.
Afonso Estebanez
aqui de dentro do quarto sobre o mar do casario...
Lá fora não me conforta nem importa esse fastio
é o barco que transporta o ser no mundo sombrio.
Aqui de dentro do quarto lá fora é tempo de estio.
Entre sonhos me reparto, que viver é um desafio...
Entre ciprestes me deito e entre lençóis me alivio
aqui dentro sobre o leito em teus beijos me sacio...
Aqui de dentro do quarto lá fora há o vento vadio
lá de fora aqui de dentro não é triste nem tão frio...
Lá fora é apenas o barco de meu fantasma arredio
navegando nos telhados de meu fado em desvario...
O corpo preso no quarto a alma farta e o ser vazio
o mar vasto leva o barco num sonho vago e tardio...
O vento quase me diz e não ouço por um fio
como é quase ser feliz no quarto quase navio.
Afonso Estebanez
2 Comentários
Belo querido poeta!
ResponderExcluirBelo caro poeta!
ResponderExcluirPOEMEM-SE SEMPRE!
SEJAM BEM-VINDOS!