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Foto de Thiago Piccoli |
A arte imita a vida ou a vida imita a arte?
Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Oscar Wilde, pensador e poeta
irlandês do século XIX, declarava que a vida imita a arte muito mais que a arte
imita a vida, todavia, parece à pergunta ter maior significado que qualquer
resposta formulada. A vida, tanto por concepção como por desenvolvimento, é um
processo criativo e, assim como a arte, tem sua origem na espiritualidade. Por
isso, não seria errado deduzir que vida e arte se confundem e, como o ovo e a
galinha, são farinha do mesmo saco.
Realidade ou ficção? Crença ou fantasia? O
viver em sociedade presume, por parte do indivíduo, o desenvolvimento da
sensibilidade em etapas pertinentes ao seu crescimento cronológico. Nos
primórdios, o saber é construído a partir da trilogia mito, crença e tradição;
o conhecimento adquirido pelas vivências daquele povo através de sua história,
repassado de geração em
geração. A essa realidade, incorpora-se a filosofia e
depura-se pensamento e sensibilidade conduzindo o ser à expressão consciente de
suas emoções. O intuitivo organizado e expressado na escrita, música, pintura e
representação; o homem como imagem e semelhança de Deus ocupando seu lugar de timoneiro
na existência, seja temporal ou espiritual.
Ser ou não ser? Luz ou escuridão? São
questionamentos que não envelhecem considerando, até nossos dias, a trajetória percorrida
pela humanidade e sua cultura. A imensa quantidade de teorias relacionadas à
educação referenda, em pequena escala, correntes de pensamento pedagógico no sentido
da inclusão e prática da comunicação da arte e ludicidade na formação integral
do sujeito, seja aluno ou professor. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
9.394/96 veio, teoricamente, permitir a introdução da arte no contexto da
educação infantil, destacando sua necessidade nos conceitos sensíveis e
culturais, admitindo sua importância sob o aspecto cognitivo, o que nunca antes
havia sido considerado. Porém, por ainda vivermos um ensino mecanicista e
direcionado aos resultados, são antagônicas as práticas recomendadas.
Cantar no coro? Fazer o solo? A prática
artística é o exercício singular de uma técnica determinada para execução,
expressão e contemplação individual ou coletiva. Sua aplicação na escola formal
seria - a partir de um projeto ideologicamente definido - o desenvolvimento de didática específica para sua
convivência, seja inter, multi ou transdisciplinar. Exercícios de respiração,
relaxamento e percepção; oficinas de literatura, desenho e pintura; o folclore
e suas conseqüências; a música e o teatro com seus respectivos desígnios; todas
relacionadas e elaboradas ao universo cronológico correspondente. Ainda, a
utilização dos recursos multimídia e a rotina estipulada para a assistência de
espetáculos, visitação de museus e exposição de artes. Um elenco de atividades
entre educando e educador que, através da troca de experiências e afeto, produza
desenvolvimento crítico e estético e, por conseqüência, sujeitos comprometidos
com a construção de uma sociedade mais justa.
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“Viver é a coisa mais
rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”
Oscar
Wilde
Marco
Araujo
2 Comentários
Maravilhoso Marco! Esses pensamentos filosóficos já pensei tb, já tentei decifrar, acho que antes de v ida e arte, antes de ovo e galinha há a luz, que clarifica as sombras e faz emergir tudo! Acho que é o divino em cada coisa e em cada pessoa que vem antes de tudo. Bjs
ResponderExcluirÉ isso mesmo Sônia, obrigado pelo comentário! Bjs
ResponderExcluirPOEMEM-SE SEMPRE!
SEJAM BEM-VINDOS!