GRATIDÃO

 GRATIDÃO 


 Nestes últimos dias do ano, resolvi erguer-me fui ao encontro do meu coração que aos meus olhos parecia cansado, atarantado sem saber gerir as emoções ali contidas, cicatrizado, e pulsando forte revelava-se muito mais que um órgão vital, era a mistura natural entre o sangue que me dá vida e os afectos que são gerados nas entranhas da alma e que afloram cá pra fora e explodem nas veias no rubor da face, nas lágrimas que rolam abundantes, no sorriso vincado… num dado momento, encontrei-me escondida sentada num canto qualquer. a esperança era a parceira de sempre mas o verde estava um pouco desbotado. havia máscaras caídas aqui e ali, e uma caixa de memórias que pulsavam no mesmo ritmo do coração… e nos olhos do eu que se mostrava, por trás do castanho natural havia pequenas nuanças do brilho que a eles pertencia. e tal qual janela da alma contemplavam, o ano novo prometido renovo do tempo, das estações, da vida Futuro… Vasculhei a caixinha de memórias eram tantas! algumas cheiravam à maresia, outras temperadas de alegria e tristeza, adeus, saudades e boa companhia brilhavam tal qual tesouro… meu tesouro. escrevi “Gratidão” numa folha de papel. rendi-me diante do Senhor entronizado que do trono do meu coração acelerado acolheu as emoções ali contidas e fez-me descansar a espera do novo ano prestes a chegar… 

 Arlete Castro 31.12.2009

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