A Carona da Ilusão

Sei que a vida não me põe aos teus pés
e mais sei que não duvido dela nem do que és.
Meu ritmo esquenta e metaforicamente
transbordo copo que surja à minha frente.
Sei do devaneio que ocupa a minha mente,
do que é perecível e do incrível que te aguente.
Não me sustento em teus cadafalsos felizes
onde morrem certezas e equilíbrios,
há de me ver pendurado, mas sóbrio em teus desvarios.
Sei que acordo um dia desses sentado no meio fio
e que a mais abjeta pessoa eu seria para tu rires.
Dos tombos me erguerei e terei asas para subir,
voarei pra ver de cima o mar com suas ondas te engolir.
Se tudo passa sei que tudo passa por cima de mim,
sou o chão, o cimento, o asfalto, enfim,
sou também o tapete onde solas limpam poeira,
esmagam migalhas e depositam sujeiras de ruas sem fins.
Mas recuo da beira e da besteira daquela terça-feira
que te conheci.
Prefiro lembrar-me do quanto a ilusão é passageira,
apenas carona do que vivi.

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1 Comentários

  1. Que bom que voltou caro amigo! É um prazer ter vc entgre nós, com suas belas poesias. Um abraço.

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